Início > MUNICÍPIO > Reguengos de Monsaraz > História do concelho > Monsaraz. A origem do concelho
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A história do concelho de Reguengos de Monsaraz confunde-se com a do antigo concelho de Monsaraz.
Com efeito os limites são os mesmos desde há séculos, embora a sede do concelho não tenha sido sempre constante.
A vila de Monsaraz liderou o concelho até 1838, data a partir da qual tem início um processo complexo de transferência da sede do mesmo para a povoação de Reguengos, o qual teve o seu epílogo em 1851 com a fixação definitiva da sede de concelho na então já vila de Reguengos.
O concelho existe portanto com os mesmos limites geográficos desde o século XIII, quando no ano de 1270 o rei Afonso III atribui a carta de foral à vila de Monsaraz, estabelecendo assim as bases daquele que é um dos mais antigos concelhos administrativamente constituídos no sul de Portugal.
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Desde os tempos pré-históricos, talvez pela sua posição geográfica, na proximidade de um rio (o Guadiana), talvez por estar implantada sobre um cume com excelentes pontos de defesa, que atraiu vários povos.
A grande concentração de monumentos megalíticos nesta zona atesta a ocupação de tempos imemoráveis.
Este primitivo castro pré-histórico foi mais tarde romanizado e ocupado sucessivamente por visigodos, árabes, moçárabes e judeus, até ser definitivamente cristianizado no séc. XIII.
No século VIII, com as invasões muçulmanas, que ocuparam parte da Península Ibérica, Monsaraz cai sob o domínio do Islão.
Em 1167, foi conquistada aos muçulmanos por Geraldo Sem Pavor, numa expedição que partiu de Évora. Poucos anos depois, em 1173, Monsaraz volta novamente a cair em poder dos almóadas, na sequência da derrota de D. Afonso Henriques em Badajoz.
Só mais tarde, em 1232, D. Sancho II, auxiliado pelos templários, reconquista definitivamente Monsaraz, fazendo a sua doação à Ordem do Templo, que fica encarregue da sua defesa e repovoamento.
Neste período de ocupação cristã de Monsaraz, começou-se igualmente a levantar a nova alcáçova, e os cavaleiros templários e o clero secular deram início à edificação dos templos religiosos de Santa Maria do Castelo, de Santiago, da ermida de Santa Catarina, do Hospital do Espírito Santo e da Albergaria para culto e atracção de novas populações.
Em 1319, Monsaraz é erigida à comenda da Ordem de Cristo, recém fundada em Portugal, e fica na dependência de Castro Marim. È nesta altura que começa a ser construído o edifício gótico do primitivo tribunal (e é também nesta altura que se começa a construir a torre de Menagem).
Em 1385 foi invadida pelas tropas do rei castelhano D. João. Foi resgatada, mais tarde, por D. Nuno Álvares Pereira.
Em 1422, por doação do condestável D. Nuno Álvares Pereira ao seu neto D. Fernando, Monsaraz é integrada na Sereníssima Casa de Bragança.
Em 1512, D. Manuel manda reformar o foral de Monsaraz e regula a vida pública do concelho e da vila por diploma jurídico e a confraria da Misericórdia de Monsaraz fica definitivamente instituída na Matriz de Santa Maria da Lagoa.
A vila recebeu, após a restauração de 1640, importantes acrescentamentos táticos, com o levantamento de uma nova cintura abaluartada, que tornou a vila numa poderosa “cidade inexpugnável”.
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A origem toponímica do termo Monsaraz não está suficientemente estudada, embora se possa colocar a possibilidade da decomposição do termo em Mon Saraz.
A palavra Saraz pode derivar de Xarez ou Xerez que equivalia, durante o domínio muçulmano à forma arábica Saris ou Sharish.
O equivalente em castelhano do vocábulo português Xara é Jara. Assim, Xarez ou Xerez corresponde aos equivalentes arcaicos castelhanos Jaraez ou Jarás que conduziram às formas actuais do Jerez castelhano ou Xerez português.
Neste sentido, Monsaraz pode significar portanto MONTE XAREZ ou MONTE XARAZ, isto é, monte erguido no coração de uma terra nas margens do Guadiana, antigamente povoada por um impenetrável brenhal de estevas (ou xaras) e que, pela excelência de condições estratégicas – posição de altura com cobertura defensiva de um grande e importante rio – recomendava, naquele sítio de difícil acesso, a fundação de um povoado, quase naturalmente defendido.
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O sistema defensivo de Monsaraz é considerado sob duas tecnologias e épocas distintas:
– fortificação medieval – o castelo e a cintura de muralhas envolvente, que surgem numa altura em que não existiam armas de fogo (séc. XII – séc. XIV). Os panos de alvenaria são verticais e bem altos, construídos em alvenaria de pedra irregular de xisto, com excepção nos cunhais e bases, em aparelho regular de silharia de granito.
– fortificação seiscentista – constituída essencialmente por baluartes do tipo Vauban, hipoteticamente atribuída a Nicolau de Langres, e coroada a norte por uma obra avançada. Os progressos de artilharia obrigaram os engenheiros militares à substituição das altas muralhas dos castelos por obras de defesa menos aparentes e vulneráveis. Os panos de muralha são de uma espessura bastante superior, em alvenaria de xisto um pouco mais aparelhado. A aterragem da plataforma era feita através de compactação do solo.
A posição estratégica da vila de Monsaraz permitia detetar o inimigo com antecedência, pois dava conta do perigo através da comunicação visual entre o conjunto fortificado e a rede de atalaias envolvente.
Quando nos debruçamos um pouco sobre a natureza das hostilidades fronteiriças ligadas às “Restauração”, compreendemos melhor não só a funcionalidade das “atalaias”, como aceitamos sem grande reserva que elas tenham sido construídas nesta época em resposta a necessidades estratégicas bem concretas.
A implantação das “atalaias” no terreno representou pois a resposta possível a uma ameaça permanente, visando criar um mínimo de condições que permitissem controlar visualmente e com alguma antecedência o movimento de tropas inimigas de modo a facilitar a fuga para o abrigo das fortalezas ou preparar o contra-ataque.
Especificamente no que diz respeito à região de Monsaraz, as atalaias ao longo do Azevel criavam uma linha de aviso suficientemente recuada em relação à fronteira física constituída pelo Guadiana, procurando detetar eventuais movimentos de envolvimento por Nordeste, em direção a Monsaraz.
Por sua vez, numa larga frente a Este, entre a foz do Azevel e a Foz do Álamo – com exceção da atalaia de S Gens, bastante afastada do Guadiana – não encontramos qualquer estrutura deste tipo nas proximidades do rio.
Tal facto justifica-se pelo afastamento da linha de fronteira para Leste, o que fazia de Mourão e das quatro atalaias que rodeavam esta praça-forte, a principal frente contra eventuais incursões inimigas.
Finalmente, a Sul da Ribeira do Álamo, a primeira linha de aviso passa de novo a situar-se ao longo da margem direita do Guadiana, preferencialmente junto aos portos ou vaus, locais de passagem obrigatória, mesmo em épocas de seca.
Tal opção, apesar de o rio aqui também não servir de fronteira, explica-se pelo facto de entre as praças militares de Mourão e Lura (cerca de 40km), não existir qualquer impedimento, natural ou artificial, à passagem do inimigo.
Considerando que a ribeira do Degebe representava um obstáculo de difícil transposição, protegia-se assim Monsaraz de manobras de envolvimento conduzidas de Sudeste.
Lista de possíveis atalaias:
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