DGS assinala Dia Mundial da Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa
Atualizado em 14/06/2023Neste dia 15 de junho, o Programa Nacional de Prevenção da Violência no Ciclo de Vida da DGS, assinala o Dia Mundial da Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa, instituído pela ONU com o objetivo de sensibilizar a comunidade para este problema com grave impacto sobre a saúde das populações.
De acordo com a OMS, estima-se que 1 em cada 6 pessoas idosas tenha sofrido algum tipo de violência no ano passado, o que se traduz em 141 milhões de vítimas em todo o mundo. A violência contra as pessoas idosas é um fenómeno multidimensional, que muito embora à escala global, permanece frequentemente subnotificado. São diversos os obstáculos à sua deteção, decorrentes da situação de partilhar vulnerabilidade nesta fase do ciclo de vida, destacando-se, entre outros fatores, culpa, vergonha, dependência nas atividades de vida diária e financeira, baixa literacia, dificuldade no acesso a serviços de apoio.
As práticas abusivas, que são transversais a toda a sociedade, podem revestir-se sob a forma física, psicológica, financeira, sexual, mas também abandono e negligência. Estas últimas representam inestimável sobrecarga sobre os sistemas de saúde e elevados custos sociais e económicos.
Numa abordagem compreensiva e sistémica, os maus tratos a pessoas idosas surgem frequentemente relacionados com outras formas de violência ocorridas ao longo do ciclo de vida, sobretudo em contexto familiar e institucional. Enquanto problema de saúde pública e de direitos humanos, urge o reforço das comunidades para a prevenção e intervenção nesta problemática, num trabalho integrado, intersetorial e de proximidade.
De acordo com a Década do Envelhecimento Saudável da ONU, são identificadas cinco áreas prioritárias de ação:
- Combater ao preconceito associado ao envelhecimento;
- Gerar mais e melhores dados para compreender a dimensão do problema;
- Desenvolver e ampliar intervenções custo-efetivas para prevenir e responder à violência;
- Tornar a violência uma prioridade de investimento para conseguirmos combatê-la; e
- Dirigir fundos e recursos para a sua concretização.
Em particular, compete aos serviços de saúde o reforço da literacia, capacitação de cuidadores/as, promoção do rastreio e deteção precoce, avaliação de indicadores risco, registo clínico e reporte de crime, mobilização de rede de recursos, prestação de cuidados integrados a quem é vítima, procurando simultaneamente promover respostas junto de pessoas agressoras com necessidades de saúde (saúde mental, comportamentos aditivos, entre outras).
A Rede de Equipas de Prevenção da Violência em Adultos, hoje implementada no SNS em cuidados de saúde primários e hospitais, desempenham um papel preponderante na sensibilização, formação e apoio aos/às demais profissionais de saúde, nomeadamente, divulgação de orientações técnicas e Registo Clínico de Violência em Adultos para apoio às boas práticas, disponível no Registo de Saúde Eletrónico-Área do Profissional.
O Centro de Saúde de Reguengos de Monsaraz, através da Equipa de Prevenção da Violência contra os Adultos (EPVA), associa-se à Direção Geral de Saúde, em Articulação com os seus parceiros locais neste trabalho de Prevenção para a Descriminação, preconceito, Maus Tratos, Solidão e Abandono dos idosos.