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Ao chegar a Monsaraz deparamo-nos com o seu magnífico conjunto arquitetónico protegido pela muralha medieval construída nos reinados de D. Afonso III e de D. Dinis.
Esta muralha abraça vários monumentos, entre os quais a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Lagoa, a Igreja da Misericórdia de Monsaraz, os Paços da Audiência, a Igreja de Santiago e todo o casario.
Este último, construído ao longo dos séculos, foi recebendo as gentes que viram na pequena vila mas majestosa fortaleza um refúgio para aperfeiçoar técnicas ancestrais, ligadas, tanto à agricultura, como às tradições artesanais de origem árabe, que fazem a delícia dos olhares de quem passa e se rende à sua genuinidade.
Para os que se aventuram à descoberta de ruas estreitas, cantos e recantos soalheiros ou de pontos altos como o Campanário e a Torre das Feiticeiras, uma das cinco torres deste monumento militar, é certa a sensação de deslumbramento e surpresa causada pela magnífica e tradicional paisagem agora enriquecida pela beleza do Grande Lago Alqueva.
A monumentalidade desta fortaleza e a paisagem que a envolve fazem de Monsaraz um palco de excelência para todo o tipo de manifestações artísticas e culturais.
Quem visita esta histórica Vila Medieval pode, não só apreciar todo o património monumental e paisagístico, como também as exposições das mais variadas formas de arte que estão expostas permanentemente em vários edifícios históricos desta vila, bem como disfrutar de uma programação cultural de grande qualidade ao longo de todo o ano.
Monsaraz assume-se assim como um autêntico Museu Aberto.
Ao interior da cerca muralhada, reflexo da vila como praça de armas, com preocupações militares medievais e seiscentistas, temos acesso por quatro grandes portas, de granito, duas de arco gótico – a Porta da Vila e a Porta de Évora (as principais) – e duas de arco pleno – a da Alcoba e a do Buraco.
A Porta da Vila, enquanto acesso principal e porta mais característica de Monsaraz, exibe uma estrutura defensiva protegida por dois torreões semicilíndricos, um dos quais (o de poente) encimado pelo campanil do relógio, obra tardia do reinado de D. Pedro II.
Curiosidade: Ao entrarmos pela Porta da Vila, incrustado na ombreira esquerda da porta, avistamos de imediato o quotidiano de uma população que se servia da “vara” e do “côvado” para uniformização das suas práticas comerciais e aferição das medidas dos comerciantes de panos que entravam na vila.
Estas fortificações são recebidas no âmbito da guerra da restauração (1640-1668) e do progresso da artilharia de cerco. Com papel fundamental na defesa fronteiriça, o traçado elaborado para Monsaraz, da autoria de Nicolau de Langres e Jean Gillot, baseava-se no sistema franco-holandês, desenhado por Vauban, que previa a construção de uma nova muralha composta pelo Forte de São Bento, “chave defensiva do Arrabalde”, com revelim abaluartado e cortina artificial, o Forte propriamente dito, em forma de estrela, o Baluarte de São João e o Baluarte do Castelo. Planeou-se igualmente a construção de três torres no termo de Monsaraz, sendo a primeira implantada no marmelão de São Gens, a segunda na herdade das Pipas e a terceira na herdade de Ceuta.
O Berço do concelho
Desafiando o tempo e contrastando com a harmonia da paisagem alentejana, a histórica vila de Monsaraz impõe a sua grandeza.
A sua ocupação data dos tempos pré-históricos, estando registados na região várias centenas de sítios arqueológicos dos períodos paleolítico, neolítico (megalitismo), calcolítico, Idade do Bronze e Idade do Ferro. A primitiva ocupação humana de Monsaraz, provavelmente um castro fortificado, foi mais tarde romanizado e ocupado sucessivamente por visigodos, árabes, moçárabes e judeus.
No século VIII, Monsaraz cairia sob domínio do Islão aquando das invasões muçulmanas que ocuparam grande parte da Península Ibérica. Esta passou então a designar-se Saris ou Sarish e a pertencer ao reino de Badajoz, um dos maiores e principais focos de cultura árabe. O processo de Reconquista Cristã chega a Monsaraz em 1167, numa expedição que parte de Évora e é liderada por Geraldo Sem Pavor.
A tomada de Monsaraz dura poucos anos, uma vez que em 1173 volta a cair sob o domínio do Califado Almôada, na sequência da derrota portuguesa em Badajoz. Só mais tarde, em 1232, D. Sancho II, com o auxílio dos cavaleiros templários, consegue incorporar definitivamente Monsaraz sob o domínio cristão, fazendo a sua doação à Ordem do Templo, que fica encarregue da sua defesa e repovoamento.
O repovoamento da vila só ocorre no reinado de D. Afonso III e pela mão do cavaleiro Martim Anes, homem da confiança do rei, a quem competia o combate aos núcleos de resistência árabe e o executar das instituições administrativas, judiciais e militares redigidas no foral de 1276. Por esta altura é criado o concelho de Monsaraz, cujo território é demarcado por D. João Peres de Aboim, senhor da herdade de Portel e da Defesa do Esporão.
Assim começa o período cristão em Monsaraz. E como tal, dá-se início à edificação das estruturas descritas no foral de 1276. Apesar das fortificações que se ergueram em Monsaraz durante a terceira guerra fernandina (1381-1382), uma força inglesa toma de assalto a vila e procede ao saque da mesma, que, quatro anos depois, voltou a ser invadida por tropas castelhanas. Antes de a guerra terminar (1383-1385), Monsaraz viria a ser recuperada por D. Nuno Álvares Pereira.
Em 1422, por doação do condestável D. Nuno Álvares Pereira ao seu neto D. Fernando, Monsaraz é incorporada na Casa de Bragança, passando a estabelecer, em questões de tributação fiscal, um dos mais valiosos vínculos desta casa ducal portuguesa. Em 1512, D. Manuel concede um novo foral à vila de Monsaraz, reformando e regulando a vida pública e jurídica do concelho.
Após a proclamação da independência face à Coroa espanhola em 1640, a dinastia de Bragança começa a executar uma grande campanha de construção de fortificações modernas na linha fronteiriça portuguesa, da qual Monsaraz não é exceção. A edificação de estilo Vauban avança ao redor do castelo, envolvendo a vila com muralhas adaptadas aos tiros da artilharia.
A condição de vila medieval acastelada, o forte crescimento das aldeias de Reguengos, situadas numa planície de fácil acesso e o desenvolvimento das atividades artesanais e vinícolas, juntamente com a fidelidade da população de Monsaraz aos ideais miguelistas, que sairiam derrotados na guerra civil de 1828-1834, são fatores decisivos que levam à transferência da sede de concelho para a Aldeia dos Reguengos em 1838, onde se estabelece definitivamente em 1851.
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