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Arquivado: MMA’16 | “Imagens de uma vida” | Fotografia de João Cutileiro

Atualizado em 31/03/2023

Horário:segunda a quinta-feira: 10h30-13h00 | 16h00-22h00; sexta-feira a domingo: 10h00-23h00

João Cutileiro, escultor.

Convidado a fazer uma exposição no momento em que se comemoram os 30 anos do Museu Aberto de Monsaraz, recorda-se a curiosidade de ter sido em Reguengos que expôs pela primeira vez, em 1951, tinha então 14 anos. Pelos anos de 1990, recém-instalado em Évora, participou numa das primeiras edições de Monsaraz Museu Aberto e, no momento em que surge o convite para voltar a expor em Monsaraz, foi a fotografia que lhe pareceu importante partilhar.

A fotografia está presente na obra de João Cutileiro desde muito cedo. Começa a fotografar mais sistematicamente na década de 50, quando estudante na Slade School tem necessidade de apresentar fotografias dos seus trabalhos para concursos ou bolsas de estudo. Usa então uma câmara Rolleiflex e os rolos de película iniciados com o trabalho são finalizados com os amigos e a convivialidade. Em 1961 apresentou pela primeira vez fotografia, numa exposição intitulada “25 Esculturas / Fotografias / Desenhos de João Cutileiro”, na Sociedade Nacional de Belas Artes. Segundo Alexandre Pomar, Cutileiro é mesmo um dos nomes certos da revolução fotográfica dos anos 50 e um dos poucos, um dos primeiros, que nesse tempo mostrou publicamente as suas fotografias.

A fotografia de João Cutileiro integra a sua obra na perspetiva do aprisionamento do real, na captura do instante, do gesto, do olhar. Predomina o retrato e os retratados são sempre os amigos, a família, os resultados da observação constante e da convivência diária, parte do contexto criativo e da envolvência próxima.

É assim que a fotografia de João Cutileiro lhe atravessa a vida e neste processo vai-se tornando memória e história, registo visual e vivo, a um tempo antecipando ou prenunciando outros desenvolvimentos no desenho ou na escultura, mas essencialmente registando a relação com os outros, a amizade, a familiaridade, o gosto e a atenção ao instante, a captura do momento, a felicidade.

As fotografias que aqui se apresentam fazem o pleno da vida de João Cutileiro. Selecionámos um conjunto de trabalhos da sua coleção particular, centrada naturalmente no retrato, que começa em Évora, com Alvaro Lapa retratado em 1959, em casa do pintor e amigo António Charrua e termina na mesma cidade, em 2015, com Zélia Parreira, na Biblioteca Pública.