Arquivado: Dois quadros de Demóstenes Espanca doados ao Município de Reguengos de Monsaraz
Atualizado em 31/03/2023Autorretrato de 1948 e pintura de Demóstenes Espanca feita em 1993 por Vitor Cameirão
Doisquadros do espólio de Demóstenes Espanca foram doados no dia 6 de abril aoMunicípio de Reguengos de Monsaraz pela viúva do pintor, Rosa Espanca, e pelasobrinha, Maria Ribeiro. Os bens doados são um autorretrato de 1948 e uma pinturade Demóstenes Espanca feita em 1993 pelo pintor reguenguense Vitor Cameirão. Osquadros destinam-se a iniciativas culturais organizadas pela autarquia, comopor exemplo homenagens e exposições de artistas do concelho.
DemóstenesEspanca residiu em Reguengos de Monsaraz desde maio de 1934 até data do seuóbito, em 6 de novembro de 1993. Natural de Évora, onde nasceu no dia 1 deabril de 1908, ainda criançafoi viver com o seu tio, João Maria Espanca, pai da poetisa Florbela Espanca,em Vila Viçosa. Durante a sua infância, rodeado de familiares de grandesensibilidade artística, cedo despertou para a expressão plástica com fortepaixão pelo desenho e pela pintura, principalmente caricatura e fotografia.
DemóstenesEspanca foi umautodidata, pois não tinha possibilidade de frequentar qualquer curso das BelasArtes, tendo aprendido em visitas a exposições, consultando livros e sobretudoatravés da observação. Colaborou em jornais de Évora e de Estremoz e fazia gratuitamenteos programas dos espetáculos cinematográficos, artisticamente desenhados elegendados para a empresa Éden Teatro, que eram utilizados como publicidade eespalhados pelas montras das casas comerciais.
Em1934 veio viver para Reguengos de Monsaraz para trabalhar como empregado debalcão numa casa comercial e depois como escriturário. Passados oito anos foipara o Grémio da Lavoura de Reguengos de Monsaraz onde trabalhou mais 37 anosaté se reformar, tendo exercido as funções de guarda-livros e de técnico decontas.
DemóstenesEspanca sempre teve uma grande admiração por Monsaraz e em 1975 ficou à frenteda sua Junta de Turismo para dar a conhecer a vila medieval. Foi também devidoa Monsaraz que conheceu e ficou amigo do pintor João Barata, que lhe ofereceu um cavalete e um estojode desenho ao saber que DemóstenesEspanca pintava as suastelas numa cadeira.
AcompanhandoJoão Barata nas sessões de pintura em Monsaraz, dele recebeu conhecimentostécnicos que influenciaram e enriqueceram a sua pintura. Demóstenes Espancaconhecia toda a toponímia e riqueza da vila medieval, a luz refletida dosbrancos luminosos das paredes caiadas do casario em contraste com as muralhas,as ruas calcetadas com xisto, mas também pintou com rigor os motivosalentejanos, as figuras típicas e as fainas agrícolas. As suas obrastornaram-se conceituadas, apreciadas e disputadas por muitos colecionadores.
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