Arquivado: Monsaraz Museu Aberto vai fechar com Cante alentejano e os dj’s No Maka e Malasiano
Atualizado em 31/03/2023Gala do Cante, Alentejo Coral Jovem e Monsaraz Emotions
O último fim de semana do Monsaraz Museu Aberto vai integrar a Festa do Cante nas Terras do Grande Lago e a Dark Sky Party Alqueva. Este festival que está a celebrar 30 anos decorre na vila medieval até ao dia 31 de julho e pretende abordar o que de melhor se faz na cultura e nas artes do espetáculo. O Monsaraz Museu Aberto é organizado desde 1986 pelo Município de Reguengos de Monsaraz e a partir de 1998 começou a realizar-se com periodicidade bienal.
Na sexta-feira, dia 29 de julho, pelas 19h, será inaugurado o Clube Dark Sky, que vai ficar instalado na antiga Escola Primária da aldeia de Cumeada. Às 22h, no Largo D. Nuno Álvares Pereira, realiza-se o espetáculo Alentejo Coral Jovem, que vai juntar o Grupo Coral Os Bel’Aurora de Campinho, Grupo Coral de Beja, Grupo Coral Os Discípulos de Beja, Grupo Coral Moços da Aldêa de Cabeça Gorda, Grupo Coral Juvenil Os Rama Verde de Vila Nova da Baronia e Os Dona Zéfinha. O padrinho deste encontro de grupos corais de jovens será Miguel Gameiro.
Este encontro de grupos corais juvenis reflete as indicações da UNESCO quando distinguiu o Cante alentejano como Património Imaterial da Humanidade, ao responsabilizar toda a comunidade para a sua preservação e salvaguarda. Nesta noite vão ouvir-se grupos de jovens que se dedicam ao Cante alentejano, demonstrando a importância que este património assume no seio das comunidades.
A última noite Monsaraz Emotions inicia-se às 00h30 com o Dj Malasiano, de Redondo. A fechar a pista de dança da Praça de Armas do Castelo estarão No Maka, os dj’s revelação de 2013, ano em que lançaram o primeiro single, “Levanta a mão”. As batidas afro e kuduro são as referências dos sets de No Maka que em 2014 lançaram o seu primeiro álbum, “Na Casa”.
No dia 30 de julho, pelas 22h, no Largo D. Nuno Álvares Pereira, realiza-se a Gala do Cante, com o Grupo Coral e Etnográfico Amigos do Alentejo do Feijó, Grupo Coral Os Rurais de Figueira de Cavaleiros, Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz, Mário Moita, Manuel Sérgio e José Manuel Farinha. Os intervenientes neste espetáculo vão revelar a alma do Cante, a herança transmitida pelos antepassados e que constitui a identidade cultural desta região.
A fechar a bienal cultural, no domingo, dia 31 de julho, pelas 20h, no jardim da Casa da Universidade de Évora, decorre uma adiafa com o Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz, Grupo Coral Estrelas do Sul – Portel, Grupo Coral da Granja e Grupo Voces Al Alba, de Alconchel (Extremadura espanhola). Nesta adiafa será servido vinho branco CARMIM 30, produzido para assinalar os 30 anos do Monsaraz Museu Aberto.
Neste fim de semana, nos dias 29 e 30 de julho, decorre a Dark Sky Party Alqueva, junto ao Cromeleque do Xerez, próximo de Monsaraz. Na sexta-feira, pelas 21h30, realiza-se a Dark Sky Run, e entre as 23h e as 2h, haverá observações astronómicas guiadas pelos astrofísicos do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.
No sábado, às 6h, decorre uma aula de Yoga no Cromeleque do Xerez, denominada “Ancestralidade e Cosmologia”, orientada por Áshrama Évora Dhyána, do Centro do Yoga. Entre as 17h e as 21h haverá body painting “As Estrelas do Dark Sky Alqueva”, pela body painter Lídia Charrua, e das 17h às 19h realizam-se observações do sol guiadas pelos astrofísicos do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.
Às 18h decorre o workshop “A Impressão Digital dos Astros”, pelo Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, e pelas 20h30 haverá mais uma aula de Yoga, “À Descoberta do Sistema Solar”, também orientada por Áshrama Évora Dhyána, do Centro do Yoga. Às 21h30 realiza-se a palestra “Dark Sky Alqueva: Panegírico à Escuridão”, por Raul Cerveira Lima, do Centro de Investigação da Terra e do Espaço da Universidade de Coimbra.
Pelas 21h50, Filipe Pires, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, vai abordar o tema “Ler na Luz das Estrelas”, seguindo-se às 22h10 uma intervenção de Miguel Claro, astrofotógrafo Oficial do Dark Sky Alqueva, que vai falar sobre “Alqueva Cósmico”. A partir das 22h30 realiza-se a prova cega de vinhos “Via Vínica na Via Láctea”, por João Passos, da Louro Wines, e às 23h30 decorre o concerto “Música Meditativa – Instrumentos do Mundo”, por Bruno Teixeira.
À meia-noite haverá observações astronómicas guiadas pelos Astrofísicos do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e “Sky Selfies” com Miguel Claro. O encerramento da Dark Sky Party Alqueva será às 3h com lançamento de balões biodegradáveis.
O festival Monsaraz Museu Aberto está a decorrer desde o dia 15 de julho, data em que foi inaugurado pelo Ministro da Cultura, Luís Castro Mendes. No primeiro fim de semana, o programa integrou o concerto da Orquestra de Câmara do Alentejo, Mestre António Chainho com Mafalda Arnauth, AR Quarteto e a voz de Daniela Melo, o espetáculo Touros e Flamenco, um recital de acordeão com Gonçalo Pescada, mas também Rão Kyao que tocou flauta de bambu na inauguração do Centro Interativo da História Judaica em Monsaraz.
No segundo fim de semana decorreram os concertos “Da Alma…” com João Defeza, Paulo Amendoeira e Sérgio Galante, Salvador Sobral com o pianista Júlio Resende, Miguel Gameiro e os Polo Norte com a participação do Grupo Coral Os Bel’Aurora de Campinho, UÉ All Stars Jazz Ensemble com o convidado especial Paulo de Carvalho, Bernardo Tinoco e o AR Quarteto e Bernardo Espinho e António Caixeiro. No Monsaraz Emotions, a pista de dança da Praça de Armas do Castelo foi animada pelos dj’s Mastiksoul, FunkYou2, WAO e Triple M.
Exposições
O Monsaraz Museu Aberto tem exposições patentes diariamente durante as três semanas do festival, que podem ser apreciadas de segunda a quinta-feira das 10h às 22h e nos restantes dias até às 23h.
O escultor João Cutileiro está a apresentar uma exposição de fotografia na Igreja de Santiago – Galeria de Arte. Foi em Reguengos de Monsaraz que João Cutileiro expôs pela primeira vez, em 1951, tinha 14 anos, tendo também participado numa das primeiras edições do Monsaraz Museu Aberto.
A fotografia de João Cutileiro integra a sua obra na perspetiva do aprisionamento do real, na captura do instante, do gesto, do olhar. Predomina o retrato e os retratados são sempre os amigos, a família, os resultados da observação constante e da convivência diária, parte do contexto criativo e da envolvência próxima. A exposição na Igreja de Santiago – Galeria de Arte faz o pleno da vida de João Cutileiro, com uma seleção de trabalhos da sua coleção particular realizados entre 1959 e 2015.
No Museu do Fresco está patente uma mostra de arqueologia intitulada “Monsaraz Antes da História – vestígios de um povoado da Idade do Bronze”. Esta exibição centra-se na escavação arqueológica realizada pela Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz e pela Associação Portanta na área traseira da Casa da Inquisição, em Monsaraz, local onde se identificaram os vestígios da mais antiga ocupação humana desta povoação, datados de cerca de 2000 anos antes da construção do seu castelo.
A exposição inicia-se por fazer referência à realidade que era vivida pelas populações no fim do III / inícios do II milénio a.C.. Nesta época, o sistema magico-simbólico, social e produtivo conhecido até então transforma-se, nascendo uma nova sociedade, que abandona os antigos sítios, mantendo, no entanto, a sua ligação aos antepassados através dos velhos monumentos megalíticos que pontuavam a paisagem do atual concelho de Reguengos de Monsaraz.
Num segundo momento da exposição há uma centralização na escavação arqueológica realizada em Monsaraz, observando-se a importância que este sítio terá tido no século IX a.C.. A mostra termina com a integração da Monsaraz do século IX a.C. na rede de povoamento da época, destacando-se diversos sítios no concelho ocupados no final da Idade do Bronze, nomeadamente o sítio da Rocha do Vigio 2, com a presença de materiais arqueológicos recuperados durante a escavação deste local.
Luísa Ferro mostra na junta de freguesia a exposição de pintura “Monsaraz, à luz de um céu imenso”. Os seus quadros são a óleo sobre tela e a sua arte é norteada sobretudo pelo património edificado, em especial paisagens noturnas, particularmente os casarios do imenso sul alentejano. Admiradora das cores de veludo do céu escuro do Alentejo tenta reproduzir essa magia nas suas telas, em especial em Monsaraz.
Os alunos da Escola de Artes da Universidade de Évora estão a apresentar a exposição “Anésia – Artes Visuais” na Casa Monsaraz. Anésia Manjate nasceu em Moçambique e procura trabalhar com materiais naturais e artificiais, descontextualizando-os do seu meio natural, de modo a criar um espaço de referência e reflexão cultural na contemporaneidade.
Nas ruas de Monsaraz pode ser apreciada a exposição de fotografia “Paisagem Interior – Inner Landscape”, de Telmo Rocha. A mostra é um percurso sobre Monsaraz que se afasta e se encontra numa trilogia entre o espaço que se vê, o espaço que se vive e o espaço que se sente. Uma espécie de conjuntos, em que cada imagem se encerra em si mesma, ao mesmo tempo que se abre às outras e se revela a quem a vê.
Na Casa Lagareiro está exposta uma mostra de design industrial e mobiliário, intitulada “Com quantos paus se faz um lugar ao sol”. Aos alunos da Escola de Artes da Universidade de Évora foi proposto desenvolverem uma cadeira em contraplacado de madeira, de aspeto leve, em que a acoplagem funciona apenas por encaixes, sem levar cola a unir todos os elementos do objeto.
“Pessoas” é o título da mostra de esculturas em barro que Gil Kalisvaart apresenta na Torre de Menagem. No retrato esculpido, o artista vê durante horas a pessoa à sua frente, retrata-lhe a expressão, fixa-a no barro, faz-lhe o molde e revela-a em gesso ou noutro material.
O Grupo de Forcados Amadores de Monsaraz, que se estreou em 2004, abre a sua sede, a “Tertúlia Tauromáquica”, para mostrar os momentos mais importantes da vida deste grupo através da apresentação de um espólio que se assume como um tributo à arte tauromáquica. Este grupo de forcados tem realizado também atividades ligadas ao associativismo jovem, participando em eventos a favor de causas sociais e da comunidade.
No restaurante Casa do Forno está patente uma exposição para assinalar os 30 anos do Monsaraz Museu Aberto. Nesta mostra são apresentados cartazes do Monsaraz Museu Aberto que foram produzidos durante estas três décadas para a promoção do festival.
Roteiro gastronómico e “experiências” nos agentes turísticos
A bienal cultural propõe pelo segundo ano um roteiro gastronómico com o menu Monsaraz Museu Aberto em 11 restaurantes da freguesia de Monsaraz. Por 12,5 euros, os visitantes poderão degustar um menu (entradas, prato e sobremesa) diversificado nos restaurantes “O Alcaide”, “O Bizaca”, “Casa do Forno”, Centro Náutico de Monsaraz, “O Convívio”, “Feitiço da Moura”, “Casa Modesta”, “Sem-fim”, “Lumumba”, “Taverna Os Templários” e “Xarez”.
Os agentes turísticos da região prepararam diversas atividades para os visitantes desfrutarem durante o Monsaraz Museu Aberto. Assim, propõem um conjunto de “experiências”, nomeadamente conhecer o “Caminho das Oliveiras Milenares” (Horta da Moura), Chill Out Monte Alerta – Sentir o pôr-do-sol (Monte Alerta), astroturismo na Casa Saramago e no Observatório Lago Alqueva, manusear o barro na Casa do Barro – Centro Interpretativo da Olaria de S. Pedro do Corval, passeios de barco e Museu do Azeite (Restaurante Sem-fim) e visitas à horta biológica e a uma exposição no Monte do Laranjal. Os visitantes poderão ainda ver o pôr-do-sol com vista panorâmica para a planície na Casa D. Nuno e na Casa do Cante, fazer passeios de barco e massagem hídrica na Casa D. Antónia, passeios a pé e de bicicleta pelo milenar Olival da Pega (Vila Planície), atividades náuticas, BTT e passeios a cavalo e de charrete no Centro Náutico de Monsaraz, mas também provas de vinho, caças ao tesouro, entre outras atividades no Hotel São Lourenço do Barrocal, apreciar a exposição e ver os artistas a pintar na Galeria Monsaraz, e conhecer o Museu tauromáquico José Mestre Batista.
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